Poupar sem risco



Para quem quer poupar, existe uma grande diversidade de produtos disponíveis, mas que não se adptam a qualquer pessoa. De facto, existem diferentes perfis de investidor. Quem não quer correr riscos de variação de rentabilidade ou de perda de capital, devede optar por um produto sem risco, sabendo de antemão que estes implicam sempre rentabilidades mais reduzidas. Por outro lado, produtos com maior risco são geradores de rentabilidades mais elevadas,  mas implicam também que as rentabilidades podem ser nulas e até negativas, o que leva a perdas de capital.
 
Até à pouco tempo atrás, quem pretendia investir sem risco dispunha de excelentes produtos com taxas muito atrativas: os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro Poupança Mais. Trata-se de produtos em que entregamos o nosso dinheiro ao Estado em troca de uma rentabilidade (taxa de juro).  São produtos de risco muito reduzido e que, até ao mês passado, ofereciam uma taxa de juro muito atrativa e bastante superior à média do mercado. Contudo, a situação económica tem melhorado, assim como a confiança dos investidores no país e longe vão as taxas elevadas a que Portugal se estava a financiar aquando da entrada da Troika. Portugal tem conseguido financiamento externo a taxas muito reduzidas e, por esse motivo, já não tem necessidade de pagar taxas elevadas nos Certificados de Aforro. As novas taxas para estes produtos estão pouco acima de 1% mas continuam a revelar-se uma boa opção de investimento a logo prazo para quem não quer correr riscos. Há um prémio de permanência de 0,5% por ano a partir do segundo ano e de 1% a partir do sexto e até ao décimo ano.
Os tradicionais depósitos a prazo são sempre uma opção segura e para quem não quer correr nenhum risco acabam por ser a única opção. No entanto, são sinónimo de taxas reduzidas, rondando 1% atualmente.
Estas taxas reduzidas resultam de vários factores. Por um lado, a taxa Euribor (taxa de referência utilizada em empréstimos e para algumas aplicações financeiras) está em mínimos históricos. Por outro lado, o Banco Central Europeu tem vindo a injectar liquidez no sistema financeiro e já não está a dificultar o acesso ao crédito por parte dos Bancos, principalmente dos Bancos Portugueses. A estes fatores acresce alguma falta de apetite dos Bancos em conceder crédito, pelo que já não sentem tanta necessidade de captar depósitos. Os Bancos estão também mais interessados em captar poupanças de longo prazo pelo que, estão disponíveis para oferecer melhores taxas neste tipo de produtos em que o cliente não pode levantar o capital de um dia para o outro. Por todos estes motivos, as taxas oferecidas para os depósitos a prazo são actualmente baixas sendo raro encontrar taxas acima de 1% para este tipo de produtos.
Para além dos depósitos a prazo, dos Certificados de Aforro e dos Certificados do Tesouro Poupança Mais há ainda um tipo de produto que permite rentabilizar as suas poupanças sem correr riscos. Trata-se dos Seguros de Capitalização os quais são um produto que na maioria dos casos garante o Capital investido. Alguns garantem também uma rentabilidade mínima permitindo assim um investimento sem surpresas nas taxas de juro. Estes produtos são oferecidos pelos Bancos e Seguradoras e em alguns casos podem ter um seguro de vida associado, permitindo assim assegurar um determinado valor em caso de invalidez ou morte (neste caso para os herdeiros ou beneficiários nomeados).
Os seguros de capitalização são produtos de investimento de longo prazo e sem risco, mas devem ser subscritos por quem não prevê ter necessidade de utilizar aquele capital num curto período de tempo. Alguns permitem fazer uma poupança programada ou com entregas esporádicas, sendo assim uma excelente opção de investimento para quem não tem ainda um determinado capital para aplicar. E para compensar os longos períodos de investimento há benefícios fiscais, ou seja, uma redução na taxa do imposto sobre os juros, a qual vai diminuindo conforme o número de anos que o capital esteve investido.