O Dia Mundial da Poupança foi instituído em 1924, durante o
primeiro congresso do “World Society of
Savings Banks” em Milão, Itália. No final do congresso, a 31 de
outubro, o Professor Filippo Ravizza declarou este dia como o
"Dia Internacional da Poupança". Nas resoluções do Congresso foi
decidido que o Dia Mundial da Poupança "deveria ser um dia dedicado à
promoção da poupança em todo o mundo".
O objetivo do Dia Mundial da Poupança é chamar a atenção das
pessoas para a importância de pôr de parte uma parte dos seus ganhos. Todos
devemos, de forma regular, encaminhar uma parte do nosso rendimento mensal para
uma poupança, a qual servirá para suportar eventuais despesas extraordinárias
que possam advir das mais diversas razões (saúde, desemprego, entre outras) ou
para adquirir produtos ou serviços de valor mais elevado e que vêm colmatar as
nossas necessidades. É o caso das férias, aquisição de viaturas ou de
equipamentos informáticos, por exemplo.
Mas quanto e como poupar numa conjuntura adversa em que os
nossos rendimentos têm vindo a ser cada vez mais reduzidos, e em que por vezes
o rendimento obtido não é suficiente para fazer face a todas as despesas?
As respostas a estas e outras questões não são fáceis de dar.
Apesar de muito se ter falado e estudado já sobre o valor que deveremos poupar,
não existe ainda um consenso sobre esta matéria. Tem sido no entanto
considerado razoável que se deveria poupar cerca de 10% do rendimento mensal.
No entanto, tudo depende obviamente do valor do rendimento e das despesas
mensais. Para quem ganha cerca de € 500,00 mensais, 10% desse valor representa
uma quantia que é significativa e que é certamente necessária para outros fins,
nomeadamente a aquisição de bens e serviços essenciais. Por outro lado, para
quem ganhe por exemplo € 5.000,00 mensais, 10% desse valor é certamente um
valor bastante abaixo da capacidade de poupança mensal.
Para podermos poupar é absolutamente necessário conhecermos
os nossos rendimentos e as nossas despesas, quer as fixas quer as variáveis.
Assim, o ponto de partida é sempre a elaboração de um orçamento mensal, através
do qual vamos conhecer os nossos rendimentos e as nossas despesas mensais. Para
a elaboração deste orçamento temos de registar de um lado todos os valores que
recebemos (salário, rendimentos de trabalhos não declarados / pontuais,
subsídios, outros) e do outro lado todas as despesas (crédito habitação / renda
casa, outros créditos, água, luz gás, medicamentos, alimentação…). Desta forma
conseguimos apurar a diferença entre os valores recebidos e os valores gastos,
e a diferença entre estes será o valor que corresponderá à nossa capacidade de
poupança. É claro que se o valor das despesas for superior ao valor dos
rendimentos então temos um problema. Não só não temos capacidade para poupar
como também não vamos ter dinheiro suficiente para conseguir pagar todas as
nossas despesas.
A elaboração de um orçamento familiar, e principalmente a
análise e comparação que poderemos fazer ao fim de alguns meses, permite-nos
reflectir sobre as nossas despesas e verificar quais as que deveríamos reduzir
ou até mesmo eliminar. Por exemplo, devemos ponderar muito bem sobre a
manutenção do serviço de TV por cabo. Será que temos tempo para ver tantos
canais? E percebemos a língua em que as emissões são transmitidas? Necessitamos
mesmo de ter chamadas telefónicas e de telemóveis grátis incluídas no contrato?
E relativamente à internet? Conseguimos ter tempo para ver tantos canais e
ainda assim utilizar a internet com frequência?
Em relação a outras despesas, será que não conseguimos fazer
um esforço adicional para conseguirmos reduzir os encargos? Será que
conseguimos reduzir um pouco a nossa factura de alimentação com a criação de
alguns hábitos importantes tais como a elaboração de uma lista de compras, a
opção por produtos de marca branca, a redução das quantidades adquiridas de
forma a evitar desperdícios, entre outras? E será que não conseguimos também
reduzir alguns dos encargos tais como as despesas bancárias, os custos de
telefone / telemóvel, as despesas relacionadas com gastos diários tais como nº de
cafés tomados ou cigarros fumados (se for o caso) entre muitas outras?
Com o conhecimento rigoroso das despesas e dos rendimentos
mensais, torna-se mais fácil acompanhar o destino do nosso dinheiro e canalizar
algum desse nosso rendimento para uma poupança mensal. Mas para quem os
rendimentos não são suficientes para cobrir a totalidade das despesas mensais,
a elaboração de um orçamento mensal é igualmente muito importante pois permite
avaliar que despesas podem ser reduzidas ou eliminadas. Só assim poderemos
cumprir com as nossas responsabilidades e dar satisfação às necessidades.
O
CIAB, no âmbito da Rede de Apoio ao Consumidor Endividado, poderá ajudá-lo a
esclarecer todas as novas regras em vigor e poderá ainda apoiá-lo na
reestruturação de créditos para evitar o seu incumprimento.